07 novembro 2007

Lenta espiral


Bruno Bisang Photo

"Han estava na banheira, derramando água pelos seus ombros despidos. Como estava bela. Esfregava a pele, ensaboava-a, voltava a passar água, torcendo a toalha, a sua figura iluminada pela prata da meia-lua. Ruth observava, fascinada, Han a voltar-se na banheira, a sua espinha dobrando-se numa lenta espiral, a linha do seu corpo de perfil para o olhar de Ruth. Han limpou os seios, examinando-os objectivamente. Ruth sentiu a solidez e o peso da silhueta que apenas vislumbrava sob aquela luz sombria. Estava perto de Han, tão perto, como se pudesse tocar o calor pródigo dos seus seios e tirar o seu sustento duma tal proximidade, de um tal anseio e desejo, uma ligação tão forte como se estivessem unidas pela carne."


O Fio Vermelho, Nicholas Jose

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